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A recente visita do Papa Francisco a Portugal encantou e inspirou muitas pessoas, católicos e não católicos. Eu, que me considero espiritualista, e não religiosa (apesar de ter passado pelos rituais católicos do batismo, primeira comunhão e casamento), também fui tocada pelas suas palavras e pelo seu carisma. E isto aconteceu porque as palavras e o comportamento de Francisco estão muito alinhados com os meus valores pessoais.

O Papa Francisco representa um novo paradigma de liderança, que se mostra mais humano, humilde, flexível e inclusivo que os seus antecessores. Vem fazendo a grande transformação que a Igreja Católica precisava (há muito tempo), através da revisão dos seus valores, pois as novas gerações já não se identificavam com as suas antigas diretrizes.

A Igreja Católica é uma organização secular (talvez a mais antiga das instituições), que criou as bases para a organização das sociedades do mundo ocidental, orientando o comportamento das pessoas através da sua doutrina. Mas, com o passar do tempo, os avanços científicos em áreas como a Medicina e a Psicologia, assim como a globalização e o intercâmbio de culturas, geraram questionamentos aos dogmas religiosos e ampliaram as opções daqueles que buscam encontrar sentido na sua existência e conforto espiritual. As mudanças culturais não foram acompanhadas pela Igreja Católica, que começou a perder muitos fiéis.

Além da Igreja Católica, as organizações do mundo corporativo também estão a passar por uma grande transformação, que é reflexo das mudanças culturais da sociedade. Na minha perspectiva, trata-se de uma Revolução dos Valores, dada a rapidez e intensidade que esse movimento adquiriu, especialmente a partir da pandemia (embora tenha começado alguns anos antes).

De modo geral, as pessoas reavaliaram suas prioridades e passaram a buscar significado em seu trabalho e sua vida, assim como mais equilíbrio entre trabalho e lazer. A saúde mental ganhou relevância e as organizações começaram a adotar práticas de gestão mais humanizadas. As recompensas financeiras e materiais já não são suficientes para a retenção de talentos. Estudos comprovaram que pessoas felizes são mais produtivas, e o bem-estar e a felicidade no trabalho resultam de uma cultura saudável, que é fruto de uma liderança humanizada.

Assim como o Papa Francisco vem construindo as bases de uma Igreja Católica mais humana e inclusiva, que abraça a diversidade e reconhece os seus erros, um movimento semelhante já acontece em algumas organizações.

Sei que mudanças profundas não acontecem num piscar de olhos, e nem por decreto. Mas, na minha opinião, essa Revolução dos Valores é um caminho sem volta, pois resulta da evolução da consciência coletiva. Vejo com otimismo esse movimento, pois acredito nos impactos positivos dos seus resultados não só para as organizações, mas principalmente para a humanidade.

Vida longa ao Papa Francisco! Que ele siga inspirando outros líderes na sua jornada.

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